Acredite nos que buscam a verdade... Duvide dos que encontraram! (A.Gide)

17 outubro 2008

Re:Trópis: re-agendando 19/10 a 02/11 + sobre o espírito da nossa atuação

> Ralf, meu querido! O companheiro que não precisa fumar um para ter idéias maravilhosas, ousadas, loucas, livres como sempre deve ser o pensar. Queria ser vizinha da Tropis, não sairia daí!
Acho muito importante fixar a metodologia Tropis. Todos devem ter clareza do processo que estão vivenciando. Isso faz com que todos se apropriem do método e que o utilizem quando escrevem seus projetos, dão suas aulas, ou ainda, quando interagem no mundo!
Olha só, quanto a mudar o nome da Tropis...não gosto muito disso não!!!Demoramos muito para torná-la minimamente conhecida...e tem mais, OPA é um amendoim bolinha, acho que da Nestle! Muito gostoso!
Bjs,
graça. [GRAÇA CREMON]

Trópis: re-agendando 19/10 a 02/11 + sobre o espírito da nossa atuação

 Trópis • EPA?  OPA?  TROPA?


Querid@s - quero aproveitar o aviso da mudança do programa de 26/10 para 02/11
para tocar num assunto que conversas recentes vêm mostrando que é necessário:

Cedo ou tarde a gente percebe que todo método, seja do que for, é político – no sentido profundo dessa palavra.

Inevitavelmente. Saiba-se ou não, queira-se ou não, qualquer método, de qualquer coisa, é uma postura política em ação.

E o que as conversas vêm mostrando é que parece conveniente, para todos os envolvidos, que a gente tente explicitar, na medida do possível, qual é a atitude política intrínseca nos métodos de trabalho da Trópis, seja nas rodas de conversa, 'conviviaulas', no que for.

Mas não pensem que isso se resolve facilmente com rótulos – pois um pensamento que faça jus à complexidade do real não se deixa jamais enquadrar em dicotomias. Dicotomias (p.ex.: 'tudo é ou direita ou esquerda') são sempre falseadoras, traições à referida complexidade do real.

Na medida em que nosso trabalho consiste na afirmação da dignidade intrínseca de todo ser humano, só podemos ser esquerda – pois o que caracteriza a direita é precisamente acreditar que alguns devem ser considerados mais dignos que outros.

Só que tem um pouco mais: no nosso ver, ser esquerda mesmo é não se sentir em obrigação de satisfazer nenhum critério heterônomo (= definido por outros sem a participação do sujeito) do que seja esquerda. Pois nisso vemos já um começo de negação da natureza da esquerda tentando se desenvolver dentro dela disfarçado de defesa – mas com efeito na real destrutivo sobre seu potencial de transformação da realidade universal da opressão.

Se a vida da Trópis não é fácil, talvez a maior razão seja esta: enquanto formos o que somos, não temos como deixar de desagradar, mais cedo ou mais tarde, qualquer pessoa que acredite que alguma resposta possa, alguma vez, permanecer integralmente válida por mais que alguns dias.

Temos imensamente a aprender do elaborado no passado - sempre - mas estamos convencidos de que ele não basta - nunca.

Elaborados no passado foram as concepções de Platão, da Bíblia, d@ Yoga, de Rudolf Steiner, de Gandhi, de Marx – e do que nós mesmos pensamos e divulgamos ontem!

"Mas as idéias de Marx ainda nem foram realizadas!", você pode dizer. Verdade. Nem as de Jesus. Nem as de Buda, de Moisés, de Steiner, de ninguém. Não foram nem nunca serão! Mas continuam sendo todas, sem exceção, fontes inesgotáveis de contribuições para a construção do presente e do futuro – e nunca deixarão de ser.

Desde que entendidas - sempre - como partes constituintes (e portanto subordinadas) da correnteza maior de tudo o que já se pensou e elaborou até hoje: um todo cuja unidade total irá sempre escapar à nossa compreensão - sempre - mas que ainda assim é naturalmente salutífero (gera vida sã) enquanto respeitamos essa sua inteireza/integridade/totalidade. Mas passa a gerar doença e/ou morte sempre que quisermos fazer com que alguma das partes exclua ou sufoque outras.

Um pouco mais em termos de prática (práxis...) filosófica & pedagógica: se não sou capaz de explicar uma coisa com palavras totalmente diferentes das que usaram para me ensinar essa coisa – então isso está apenas armazenado em mim, mas ainda não entendi.

E o único ato efetivamente libertário neste mundo é entender. Sem esse como base, nenhum outro ato jamais o será.

Por isso cada pequeno fragmento de entendimento que cada um de nós conquista autonomamente tem mais valor – para nós e para o todo da humanidade – que obras inteiras, ainda que corretíssimas, que eu tente aplicar na qualidade de seguidor – isto é, sem que cada passo, cada afirmação, tenha sido posta em questão e - se for o caso - reconquistada/recriada em minha própria luta cognitiva.

E, do mesmo modo, cada passo que dou como mero seguidor termina sendo prejudicial à conquista pela humanidade de uma condição de existência digna e feliz – não importa o quanto estejam corretas as idéias que eu siga, nem o quanto seja sincera a minha intenção. Pois a humanidade toda é um pouco degradada a cada ato nosso de mero seguir em lugar de fazermos uso de todo o nosso potencial de autonomia.

Pensando nisso tudo, hoje até me deu vontade - mais uma de tantas vezes! - de mudar o nome da Trópis, ou pelo menos das atividades que temos realizado, que já foram OCAs, Usinas, Domingos-Fera e sei lá o que mais. Mudar talvez para EPA! ‑ Escola de Pensamento Autônomo – mas "escola" é com certeza muito pretencioso... Quem sabe EEPA: Espaço de Exercício do Pensamento Autônomo, ou OPA! ‑ Oficina de Pensamento Autônomo.

Ou quem sabe - pra ficar no campo sonoro do nosso velho nome - TROPA. O que pode ser alguma coisa como Tremenda ROda de Pensamento Autônomo, onde o T poderia ainda assumir sentidos variados como Temível, Transcendente, Tresloucada, Túrgida, Terna, o que mais?  – Ufa, acho que agora é com vocês!...

Na tresloucada mas jamais desistente esperança de ter sido entendido...  :-D , de coração,

Zé Ralf


domingo 19 de Outubro

16 h       na Galeria Olido - Centro
Encontro de Compositores - lançamento do CD

          Show com Shil e a banda No Fronte, Cláudio Lopes, Serginho Poeta, Júnior Santos, Buneka, Sandro Lima e Dêssa Souza, Huguêra e Gunnar Vargas com a banda Os mamelucO

               Vitrine da Dança da GALERIA OLIDO • Av. São João 473 • entrada franca

19 h       na Biblioteca Trópis
              
Como poderia ser uma vida política que realmente nos servisse?

               Já pensando nas eleições de 2010 e 2012 - e não apenas em eleições, mas principalmente na vida cotidiana de todos nós, que o tempo todo contém dimensões políticas que geralmente nem percebemos...

               Roda de intercâmbio de idéias aberta à participação de todos. convidada especial: a economista Mari Almeida, que conquistou 3 mil votos para vereadora com o lema "queremos outra vida - precisamos de outra política"

               Algumas observações de método:
• A experiência mostra que se chega mais longe no pensar coletivo quando se coloca boa quantidade de idéias diferentes lado a lado e se deixa que "reajam por si", do que quando cada um tenta responder frontalmente aos argumentos do outro a maior parte do tempo;
• Assumimos por definição que nenhuma pergunta já está suficientemente respondida, jamais, em nenhuma fonte, por genial que seja;
• Como espaço de exercício do pensamento autônomo, damos preferência idéias que você tenha desenvolvido com a sua própria cabeça; idéias formuladas por outros (autores, movimentos, programas de partido etc.) podem aparecer como contribuições pontuais apoiadas em argumentos específicos a elas mesmas, sem depender do conhecimento ou aceitação do resto do sistema.


domingo 26 de Outubro

            eleição + encerramento da Mostra de Dança Monte Azul = Biblioteca Trópis em recesso
              
tema amor & sexo em todas as cores transferido para o domingo 02 de novembro


sábado 01 de Novembro

               'encontro de todos os santos' a confirmar - aguarde novas informações!


domingo 02 de Novembro

               tema amor & sexo em todas as cores (transferido do último domingo de outubro)

16:30     filme The Bubble ('A Bolha') • Israel 2006
áudio original em hebraico, legendas em português

               No alegre bairro boêmio-intelectual de Tel Aviv ('a bolha'), vários preconceitos são confrontados de uma vez pelo amor entre um jovem judeu e um palestino. O diretor israelense Eytan Fox faz a um só tempo uma severa denúncia do papel opressor que seu próprio país vem exercendo e ao mesmo tempo uma emocionada celebração da unidade da humanidade apesar de todas as diferenças – como só o amor (em qualquer uma de suas formas) é capaz de revelar.

19 h       roda de conversa  aberta à participação de todos


B I B L I O T E C A   T R Ó P I S
Aberta no horário dos eventos ou com hora marcada pelo e-mail tropis@tropis.org ou celular 11 8552-4506

atrás do Colégio Renato BragaÔnibus do Term. João Dias (metrô Giovanni Gronchi l.lilás): Jardim Capelinha


 Pluralismo Radical: a revolução da revolução • www.tropis.org

 

15 outubro 2008

Re: artigo de L.F.Pondé: CONSERVADOR ou não?

Pedro" <pedrohmpereira@uol.com.br> escreveu:
 
Olá, Ralf, como vai?
 por acaso, você leu este texto (
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1310200820.htm) do filósofo Luis Felipe Pondé, na Folha de S. Paulo de hoje? 
leitura errônea minha ou o cara é um puta de um conservador?
 sei que é uma mensagem sem contexto com o fluxo de informações da Trópis. mas é que não imaginei outra pessoa mais próxima para sanar essa dúvida pontual.
  um abraço, ...  Pedro Martins
 
===============================
RESPONDENDO:
 
Não conheço o resto do trabalho do Pondé, Pedro - mas para basear-se exclusivamente nesse artigo (REPRODUZIDO LOGO ADIANTE PARA TODOS OS INTERESSADOS) foi leitura errônea sua, sim... :-) 
 
1. Uma limpeza de terreno prévia: Eu costumo dizer que em política e/ou filosofia não há nada mais bobo, mais oco, que termos como "progressista", "retrógrado" ou "reacionário". Pois implicam a crença de que há um rumo que é NATURALMENTE O CERTO para os acontecimentos da História - contrapondo-se a que a história seja resultado de nossas OPÇÕES feitas a cada momento (independente de serem racionais ou emocionais - "paixões" - mas sim opções).
 
O marxismo, na medida em que afima que a História tem um rumo natural (e que, portanto, o que vai nesse rumo é 'progressista'  e que tudo o que se contrapõe a ele é 'reacionário'), é visto por muitos como uma forma de CRENÇA ou RELIGIÃO. Pode-se enquadrar como 'concepções escatológicas da história' tanto a espera cristã do juízo final e da 'Nova Jerusalém' quanto a espera marxista da revolução e do comunismo final. Alguns chegam a ver o marxismo como a última grande heresia do judaísmo (depois do cristianismo e do islamismo); outros apontam nele a mesma crença em "progresso" tipicamente oitocentista que está por trás do positivismo (e - digo eu - desse 'positivismo espiritualista' e tardio que é a antroposofia de R.Steiner). E acho que os dois julgamentos têm fundamento.
 
Meu ideal de uma sociedade perfeita pode até coincidir com a imagem que Marx faz do comunismo ideal (a sociedade sem classes e sem governo já realizada, no final dos seus dolorosos processos de implantação) - mas eu invisto nesse ideal apenas porque analisei as outras possibilidades e cheguei à conclusão de que essa é a mais desejável para a humanidade - e não porque seja "o rumo certo e/ou natural da evolução".  Ou em outras palavras: escolher sermos bons apenas porque escolhemos, e não porque tivéssemos qualquer obrigação nesse sentido - imposta quer por Deus, quer pela natureza, quer pelas 'leis da História'.
 
O vazio da palavra "progressista" se comprova no fato de que, no uso, progressista sou sempre eu e minha tchurma, retrógrados são sempre os outros... Os neo-liberais se referem a qualquer idéia de esquerda como "retrógrada", "de há muito ultrapassada" etc. - ao mesmo tempo em que tantos da esquerda se referem a si mesmos como "progressistas" e aos neo-liberais como retrógrados ou reacionários...
 
Com isso, tudo o que NÃO quero dizer é que a razão está com esta ou aquela das partes, e sim que essas são palavras ocas, que eu evito a todo custo!
 
2. Conservação e inovação: O caso destas duas palavras é diferente elas têm sentido real, sim! E muito rico.
 
Quando muito jovem eu tive uma aulas de análise musical fantásticas, baseadas na dialética entre a conservação e a inovação. Infelizmente era inexperiente demais para ir pedir ao professor as referências filosóficas que o embasavam. Se não me engano tem quem tenha trabalhado assim dentro da Escola de Frankfurt - e nem sei se já Hegel e/ou Marx não haviam usado essa formulação em algum momento. De qualquer modo, acho que isso é melhor enfrentado (melhor que por Hegel e Marx) pela dialética sem síntese apresentada no século XX por Stephane  Lupasco e por Edgar Morin ('pensamento complexo') - a qual, de resto, não é muito mais que chegar ao pensamento taoísta (chinês) com 2400 anos de atraso...  
 
Morin provavelmente diria que conservação e inovação estão numa relação complexa = são ao mesmo tempo opostos, concorrentes e complementares. Ou seja: as duas são indispensáveis à existência, as duas precisam uma da outra, e não obstante vão sempre se opor uma à outra e/ou concorrer uma com a outra como se fosse pra ganhar. Mas não é pra ganhar... Se uma ganha da outra é desastre total.
 
Num organismo vivo, conservação pura é envelhecimento, esclerose, decadência e morte. Inovação pura tem um nome bem específico: câncer (= o desenvolvimento de novos tecidos com regras totalmente novas, com desconsideração total do 'planos' já existentes naquele organismo).
 
Acho que o que o Pondé está querendo dizer nesse texto é que sempre existem, sim, valores e conquistas anteriores da humanidade a conservar, a não jogar fora. Que a escolha do que deve ou não deve ser conservado não é simples, é um permanente desafio, é sempre complexa. E que não devemos julgar que os pensadores que se dedicaram a pensar sobre o aspecto "conservar" eram todos uns bobos ou uns sacanas.
 
Isso também não quer dizer que tenhamos que aceitar tudo o que esses pensadores propuseram. Muitos podem ter apostado que o melhor modo de preservar os melhores valores conquistados pela humanidade fosse a aristocracia - e podemos duvidar disso e fazermos outras apostas. Mas seria infantil meramente demonizar esses autores.
 
Conheço pouco dos autores citados pelo Pondé. Assim do "ouvir falar" sei que algumas das posições de Hume me caem muito mal - mas duvido que eu também não tenha a aprender de seus arrazoados. Por outro lado, o Tocqueville me inspira profunda simpatia, e me dá raiva quando o vejo citado por neoliberais e quejandos. Me parece que é com a maior honestidade e boa vontade que ele aponta os perigos dos sistemas que tentam ser democráticos - perigos reais, que os EUA ilustram muito bem. E muito ao contrário de demonizar Tocqueville, acho que temos que estudá-lo carinhosamente com o intuito de desenvolver modos de evitar esses perigos.
 
3. Liberdade x igualdade: Esse é um problema para lá de real. A minha Filosofia do Convívio - especialmente o seu "processador central" que é o Pluralismo Absoluto - é precisamente uma proposta de como lidar com isso. Não por acaso o último trabalho de certo fôlego que publiquei se chama Liberdade socialmente sustentável. (Está inteiro em www.tropis.org/biblioteca ).
 
Acho que no momento é só! ABRAÇO GRANDE,
 
Ralf
 
São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2008



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LUIZ FELIPE PONDÉ

Conservar o quê?


Devemos conservar a consciência da longa experiência humana com sua própria loucura

O DEBATE entre conservadores e progressistas é mais complicado do que imagina nossa vã filosofia.
Quais são suas origens, para além de querermos ser simpáticos com feministas, minorias diversas, pobres, jovens, ateus ou religiosos? O termo "conservador" nasce francês, no início do século 19. Referia-se aos simpatizantes da "carta" que o britânico Edmund Burke escrevera a um intelectual francês logo após a revolução de 1789.
Burke não usa o termo na carta, mas critica duramente as ilusões de mudança social radical e a tendência dos jacobinos em reduzir a vida ao cálculo econômico e à retórica política. Ele detestava o desprezo pela experiência dos ancestrais e via esse desprezo como arrogância e estupidez. Num primeiro momento, "conservar" seria preservar as instituições políticas em funcionamento e as intuições morais e religiosas que sustentariam uma condição civilizada sempre em risco. Não se mexe com seres humanos sem temor. De onde viria esse temor? Sua carta ficou conhecida como "Reflexões sobre a Revolução na França". Lê-la nos tira da banalidade nesse debate.
Outros dois nomes marcam as raízes deste ceticismo para com as utopias políticas, racionalistas e "científicas" que nascem com Francis Bacon (séculos 16-17), Jean-Jacques Rousseau (século 18) e ganham força com o pensador utópico Karl Marx (século 19): o escocês David Hume (século 18) e o francês Aléxis de Tocqueville (século 19).
A complexidade já se revela nessa variedade. Infelizmente reduzimos rudemente esta herança a dois dos sentidos que ela adquiriu ao longo dos séculos 19 e 20. Os únicos conhecidos pelo senso comum.
O primeiro é o "amor ao mercado" (e atualmente, com a crise americana, o ruído volta na esteira da batalha entre democratas e republicanos). O segundo é o "amor à religião". Fora do seu contexto filosófico, esses traços viram caricaturas ridículas. Hume, Burke e Tocqueville não são sinônimos de "Bush pai, Bush filho e cristãos americanos fanáticos". Não é "coisa" de gente careta com medo de sexo, ciência e insensíveis à pobreza.
fundamento racional da moral. Para ele, nossa ação é movida por hábitos ancestrais e pelo afeto (senso moral) e não porque "conhecemos" racionalmente o Bem e o Mal. A razão é escrava das paixões. Hume considerava "fanáticos" tanto os racionalistas (crentes na razão) quanto os religiosos radicais.
Burke afirmava que as crenças e os hábitos são formas testadas no confronto com nossa perigosa e frágil humanidade. As relações humanas se constroem em ambientes concretos (família, bairro, trabalho, igreja, cemitérios) e não através de abstrações políticas ou morais como "liberdade, fraternidade e igualdade". O resumo disso é sua frase: "A sociedade é uma comunidade de almas que reúne os mortos, os vivos e os que ainda não nasceram".
Os revolucionários eram afoitos que negavam os mortos (a sabedoria do passado) e punham em risco os que ainda não tinham nascido, querendo programar politicamente como deveria ser o humano perfeito do futuro. Eles só enxergavam a si mesmos (o presente sem passado).
Os jacobinos eram péssimos psicólogos, historiadores e cientistas sociais.
Tocqueville visitou os EUA em 1831 e analisou o impacto da democracia nos hábitos e costumes (entre outras coisas). Era um filósofo social e político sutil.
Ele percebeu alguns riscos da democracia: a tirania invisível da maioria, a inteligência medíocre e excessivamente prática, a vitória da opinião pública sobre o pensamento, o utilitarismo mesquinho, a tensão sem solução entre os dois dogmas da democracia, a liberdade e a igualdade. A primeira radicaliza as diferenças entre as pessoas, a segunda esmaga essas diferenças em nome da miserável média humana.
Antes da política estão os dramas morais e eles transcendem as formas políticas. Daí a idéia de que a "redenção política" seja ridícula. A religião tem valor porque acolhe a dor e o mistério sem resposta da vida humana.
Conservar o quê? A dúvida para com as soluções racionais e "científicas" apressadas, e as fórmulas políticas de "gabinete". Conservar a consciência da longa experiência humana com sua própria loucura.
Isso não implica em recusar mudanças, implica sim em prudência com as ilusões de que os humanos sejam facilmente racionais, belos e bons.

luiz.ponde@grupofolha.com.br

13 outubro 2008

Ressonâncias em torno do filme Zeitgeit e DA NATUREZA DO DINHEIRO (corrigido)

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Amig@s
 
Como vcs sabem, ontem na Trópis assistimos o filme Zeitgeist e depois conversamos até mais de meia-noite. Compartilho aqui algumas informações & idéias adicionais em torno da temática do filme, sem me restringir ao que emergiu ontem. Vai primeiro uma dica sobre a Parte II do filme, mas minha ênfase aqui é o tema da Parte III (economia, ou mais precisamente finanças). 
 
11 de Setembro como "novo Pearl Harbour" / terrorismo de estado
O grupo que colocou Bush no poder publicou em 1997 o PNAC (Project for a New American Century - "projeto para um novo século americano"). Embora haja pouca coisa em português sobre isso, há um artigo do historiador e cientista político Moniz Bandeira, acima da média de qualidade do próprio material em inglês: http://www.espacoacademico.com.br/023/23bandeira.htm .
 
Há também alguma coisa no CMI, em http://brazil.indymedia.org/pt/blue/2003/04/253537.shtml . Em inglês há informações básicas na Wikipedia, em http://en.wikipedia.org/wiki/Project_for_the_New_American_Century .
 
Uma informação que não encontrei em nenhuma dessas fontes: embora publicado um ano antes do PNAC (em 1996), o livro O Choque das Civilizações, de Samuel Huntington, já seria parte do projeto de poder desse grupo. Ouvi essa informação traduzindo palestra de Christopher Schaefer, que antes de virar consultor organizacional de linha antroposófica foi aluno e professor de Ciência Política no MIT (Massachussets Institute of Technology), onde foi aluno de ninguém menos que Henry Kissinger (o 'Condoleeza Rice' de Richard Nixon e provavelmente o principal responsável pela Guerra do Vietnã).
Natureza do dinheiro
Embora permeeie toda a nossa vida, apreender a natureza do dinheiro é dos maiores desafios com que a mente humana se defronta. Não sou economista, mas meu conhecimento alcança para me dar a certeza de que nenhuma das caracterizações existentes dá conta desse assunto sozinha. P.ex., as concepções de Marx são fundamentais, mas de nenhum modo enecerram o assunto - nem creio que Marx acreditasse que pudessem encerrá-lo.
 
Aqui, como nos demais campos, considero que nada é mais enriquecedor que tentar desenvolver conceitos a partir da observação e análise mental próprias, como se ninguém tivesse escrito sobre o assunto antes - e depois comparar os resultados com as idéias já consagradas por aí. (Essa é uma das razões por que eu gostaria tanto que pessoas com formação em economia viessem participar dos nossos debates: para contribuírem com esse esforço de comparação!)
 
Quanto às idéias que andam por aí:
Coincidiu que, enquanto discutíamos ontem, sem nem saber disso o amigo Thomas Ufer enviou link para uma animação de 47 minutos realizada pelo canadense Paul Grignon, chamada Money as Debt ('dinheiro como dívida'), disponível na net em inglês (infelizmente sem legendas). Encontra-se em http://video.google.com/videoplay?docid=-9050474362583451279 . Até agora só pude dar uma olhada por cima, mas percebi que cita muitos fatos, personagens e falas também presentes na Parte III do Zeitgeist.
O título "Dinheiro como dívida" me lembrou das diversas palestras que o economista inglês Christopher Houghton Budd deu no Brasil entre 1998 a 2004, das quais fui o tradutor. O Christopher dizia que começamos a entender que dinheiro é crédito: = um valor que emerge do que ainda não existe mas está como que sendo gestado = que vem como do futuro. Aí tenho que me perguntar se dívida e crédito se referem à mesma coisa, vista por um lado ou pelo outro - ou se há implicações mais complexas na escolha dessas diferentes palavras.
 
Mencionei essa dúvida ao Thomas Ufer, e a primeira impressão dele foi a seguinte: "diria que é a mesma coisa sim, só que a palavra 'crédito' põe um olhar mais "maquiado" na história. Parece que a descrição que você trouxe tenta mascarar o fato que o dinheiro não existe, com o fato de que ele possa vir a existir. :-) " Curioso que de todas aquelas palestras (e de uma considerável correspondência pessoal em que ele sempre se esquivou de responder minhas colocações e perguntas de frente), foi justamente essa a impressão que me ficou do Christopher Budd: um maquiador.

Quanto às minhas reflexões próprias:
Lamento não ter conhecimento operacional de matemática avançada para poder demonstrar uma coisa de que 'o olho da mente' vem suspeitando já há um bom tempo, auxiliado pelo 'espírito geral' da estatística e de coisas como as Leis dos Grandes Números, cuja natureza sou capaz de apreender embora não saiba operar com elas: se cada pessoa produzisse o que pode e entregasse aos outros sem pedir no ato nenhuma compensação nem promessa de compensação, mas ao mesmo tempo também pudesse pegar tudo de que precisa (ou solicitar a execução de serviços de que precisa) sem ter que dar no ato nenhuma compensação nem promessa de compensação, no conjunto da sociedade terminaria tudo 'elas por elas': todos teriam o que precisam sem que fosse preciso empregar nenhum meio de contabilização e de compensação de débitos e créditos (que é alegadamente para que o dinheiro serve).
Me pergunto antes de mais nada se isso corresponde à visão que Marx tinha de um comunismo já plenamente realizado - e noto que alguns amigos que estudam a área já me disseram que não sabiam responder!
 
Segundo, noto que isso só funcionaria se ninguém pegasse mais do que precisa - e então (mais uma vez alegadamente) o dinheiro (= contabilização) teria uma missão distributiva - e menos de distribuir os bens do que de distribuir as faltas, as insuficiências que existam dentro do sistema.
 
Acontece que o dinheiro não discrimina suficientemente o que é que ele está contabilizando - talvez justamente porque as regras de contabilização não tenham sido concebidas e estabelecidas por todos em conjunto, mas concebidas por uma parte da humanidade e imposta a outra parte sem que esta última sequer chegasse a entendâ-las. E, com isso, seu uso acaba permitindo precisamente o oposto da distribuição das insuficiências inevitáveis: acaba permitindo a geração, em acréscimo, de insuficiências artificiais (reverso da concentração, em algumas mãos, de bens que na realidade não estão em falta no sistema como um todo).

Pró-capitalistas alegarão que a concentração surge como resultado de mérito - mas, olhando bem, o único 'mérito' que permite a concentração é a esperteza, enquanto que qualquer coisa que merecesse o nome de mérito num sentido ético levaria o sujeito que acumula a não acumular apesar de ter nas mãos a possibilidade de fazê-lo.

O que o dinheiro acaba sendo na prática, hoje, independe totalmente de ele haver sido projetado para isto ou para aquilo, e independe inclusive do fato de ele ter alguma existência real ou ser puramente imaginário: ele terminou sendo precisamente uma quantificação da diferença. Diferença de quê? Diferença de poder. Poder de quê? De impor a própria vontade a outros, neutralizando as vontades próprias desses outros.
 
É mais sutil do que parece: não estou dizendo que o dinheiro gera a diferença, mas que seu valor advém todo do fato de existir a diferença - diferença que só veio a existir por ser imposta pela força e/ou pela exploração da ignorância do outro.
 
Não está claro? É o seguinte: se todos tivessem a mesma quantidade de dinheiro, o dinheiro não valeria NADA, pois não compraria nada de ninguém. Ninguém entregaria nada se não por vontade própria.
 
E o mais problemático: ninguém recolheria o lixo nem lavaria privadas dos outros... se não por vontade própria!
 
Isso me leva de volta a uma idéia com que me bato desde 1980: dinheiro é uma tentativa de lidar com o que a filosofia da Índia (não a religião) chama de carma: as conseqüências das ações. Mas sobretudo as conseqüências indesejáveis das ações: os 'rabos' chatos das ações, que ninguém gosta de fazer: lavar a louça, dar um jeito no lixo ou na bosta. Ou seja: o dinheiro está menos ligado a processos de criação e/ou produção que a tentativas de se livrar do trabalho não-criativo e não obstante necessário: os trabalhos de manutenção, recuperação, descarte final, etc. -
 
... mas também das partes mais desagradáveis dos processos criativos (atividade repetitiva, fisicamente pesada etc). É uma forma de fazer com que alguém faça os trabalhos que ninguém quer fazer - ou, em suma: uma forma de escravizar.
 
Resumo da ópera:
 
1) Não me parece exato dizer que dinheiro não existe: ele é apenas a documentação de desigualidades de poder que existem, e instrumento para a mantuenção e reforço dessas desigualdades, embora não lhes seja causa. Podemos abolir o dinheiro como conhecemos hoje, mas, enquanto deixarmos que existam desigualdade de poder, a essência do dinheiro continuará em existência, e mais cedo ou mais tarde encontrará novas formas de expressão sistematizada.
 
2) Acabamos de dizer que dinheiro sempre significará opressão - já que no momento em que não houver opressão o dinheiro já não terá valor, automaticamente. Mas ao mesmo tempo admitimos que sem o dinheiro/opressão a civilização entrará em colapso... a menos que se invente um jeito efetivamente não-opressivo de lidar com os trabalhos indesejados porém indispensáveis à existência de civilização.
 
3) Esperar que as pessoas assumam voluntariamente suas cotas de trabalhos indesejados - isso é de fato, como tantos dizem, contar com que sejamos anjos, e não meros humanos... Então é óbvio que não tenho 'soluções garantidas' a propor. Mas aposto que o ponto-raiz dos problemas inter-humanos está suficientemente identificado. Tentar localizá-lo em outras frentes é sempre desconversar...
 
4) Restam portanto apenas o resignar-se ou compactuar com que a existência seja sinônimo de opressão, ou de outro lado a aposta no 'potencial angélico' do ser humano - ou melhor: no seu potencial de ser propriamente humano por primeira vez, o que significa "evoluir para sentir-se responsável por um 'nós' que inclui a todos, e não apenas por 'eu' ou por um 'nós' que deixe alguém de fora."
 
E, enfim, não tem sido outro o tema, desde sempre, do que gosto de chamar de Filosofia e Pedagogia do Convívio...
Link do filme Zeigeist (repetindo)
O site oficial do filme (e de sua seqüência Zeitgeist: Adendum, que ainda não assisti) é http://www.zeitgeistmovie.com/ .  Para ir direto ao filme com legendas em português (de Portugal), é http://video.google.com/videoplay?docid=-2282183016528882906 – isso para assistir.
Para download, há um outro link no site, é só procurar.
 
Uma curiosidade sobre como o filme veio parar nas nossas mãos: o pessoal nosso que participou da campanha da Mari Almeida, com o lema "Outra Política", entregou o "cyber-panfleto" (DVD) a uma pessoa no centro de São Paulo, e essa pessoa disse: "legal, vou retribuir com outro DVD" - e entregou o Zeitgeist. Pra que melhor?? :-D
Abraços a tod@s,
Ralf
 
Pluralismo Radical: a revolução da revolução • www.tropis.org

dias 15 a 19 de outubro: TRÓPIS RECOMENDA




Lançamento do CD

Encontro de Compositores

na Galeria Olido, dia 19 de outubro

Compositores têm idade média de 25 anos


Dia 19 de outubro de 2008, domingo, às 16h, na galeria Olido, em São Paulo, será lançado o CD Encontro de Compositores. Esse CD é o resultado de um encontro promovido pela Secretaria Municipal de Cultura em 2007, no projeto VAI, em que vários compositores se juntaram para trocar arranjos, partituras e idéias. A trupe de artistas tem idade que varia dos 18 aos 38 anos, vindos de escolas/projetos de músicas como ULM Tom Jobim, Guri, Pão de Açúcar, Casa do Zezinho, todos sediados na Zona Sul da cidade de São Paulo.

Dessa junção de artistas nasceu o CD Encontro de Compositores, produzido pelo artista Gunnar Vargas, da banda Os mamelucO. O CD é composto por nove músicas, de autores diferentes e "dividido" em dois estilos: um urbano e outro mais regional. Vargas fez a direção musical da banda Umojá, é compositor da música Poupe Minhas Lágrimas gravada pela banda Núcleo e tem inúmeras participações em trilhas sonoras para teatro, dança e cinema.

Do experimental instrumental ao rap, o CD tem faixas como "Erro Fatal", um rap do MC Codnome Shill, com uma base de funk e jazz; "Sr. Ventanista", um dub reggae do Dan!, multiartista que compõe, canta, é baixista e baterista. "Huguêra's Groove" é um groove pesado com forte influência no rock do contrabaixista Cláudio Lopes; "Alone" é um blues lento e carregado de sentimentos, de Huguêra, acompanhado pela gaita do artista Peu. "Vestido Preto", um samba de Gunnar Vargas, tem um peculiar solo de flauta transversal, e leva o espectador (e o ouvinte) a ouvir o samba feito com um pé no passado glorioso do gênero musical.


Lançamento do CD Encontro de Compositores

Galeria Olido – Domingo - 19 de outubro - 16h - Vitrine da Dança
Av. São João, nº 473, tel (11) 3331-8399 e 3397-0171

Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô

Entrada Franca - Indicação: livre

Lotação: 150 lugares
Acesso a deficientes

Roteiro do show:
Shil com a banda No Fronte, Cláudio Lopes, Serginho Poeta, Júnior Santos, Buneka,
Sandro Lima e Dêssa Souza, Huguêra e Gunnar Vargas com a banda Os mamelucO.

http://clubecaiubi.ning.com/profile/EncontrodeCompositores

O CD será vendido apenas pelo email vargas.gunnar@gmail e no show de lançamento do CD,
ou pelo tel (11) 9224-2399. O valor será de cinco reais + postagem. 

Informações para a imprensa
Canal Aberto – 11 3798 9510/ 2914 0770 / 9126 0425 – Márcia Marques
www.canalaberto.com.br

Amigos, estamos no Overmundo, quem estiver por lá, em 2 cliques vota!
 
Ouça Os mamelucO

abraços

Gunnar Vargas (11) 9224-2399
 


domingo 19 de Outubro
ainda na ressaca & embalo das eleições

          Como seria uma vida política que realmente nos servisse?

               Já pensando nas eleições de 2010 e 2012 - e não apenas em eleições!!

19 h       roda de conversa  aberta à participação de todos
convidada especial: a economista Mari Almeida, que conquistou 3 mil votos para vereadora com o lema
"queremos outra vida - precisamos de outra política"


aproveite também nas
quartas 15, 22 e 29 de Outubro

13:30    TARDES DE CONHECIMENTOS GERAIS
COM JORGIM DUPORQUÊ E PROF. DITU DUMPOKO  
aulas-conversa altamente informais a partir de perguntas dos participantes
história • línguas & letras • cultura...  (até aprox. 16:30)


B I B L I O T E C A   T R Ó P I S
Aberta no horário dos eventos ou com hora marcada pelo e-mail tropis@tropis.org ou celular 11 8552-4506

atrás do Colégio Renato BragaÔnibus do Term. João Dias (metrô Giovanni Gronchi l.lilás): Jardim Capelinha


Pluralismo Radical: a revolução da revolução • www.tropis.org

05 outubro 2008

FILOSOFIA DE SENZALA

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Filosofar mas não a custa de escravos, como parecia justo ao ARISTO-teles...
FILOSOFIA DE SENZALA, a nossa - mirando para o QUILOMBO!
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(Mais sobre esse papo de quilombo nos próximos dias!)
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02 outubro 2008

ENVIO ÚNICO: pq quero o Prof. Nabil Bonduki na câmara de novo

Amigos - como é a 1.ª vez que estou apoiando ativamente um candidato a vereador, peço licença de compartilhar com vocês por quê.  (Ralf Rickli, Ralf da Trópis, Zé Ralf)
 
Em 2004 o prof.dr. Nabil Bonduki não se reelegeu porque o trabalho não lhe deixou tempo de fazer campanha:
estava mergulhado na tarefa de dotar São Paulo de um Plano Diretor capaz de combater o inchaço caótico, reverter a decadência das áreas centrais, facilitar a moradia perto do trabalho.
 
Mas não foi só em Planejamento Urbano o legado da vereança desse arquiteto doutor em urbanismo, autor de 10 livros: suas iniciativas relevantes no campo da Cultura foram mais de 10 - entre elas o Programa VAI, que vem propiciando uma renovação inédita na cena cultural paulistana ao apoiar centenas de projetos culturais de jovens, com prioridade aos de baixa renda.
 
Quer dizer: o VAI tem sido ponte efetiva justo para jovens como os meus alunos na hora de enfrentarem o desafio que meu trabalho pedagógico deixa com eles: TORNA-TE O QUE TU ÉS (recuperando o ideal pedagógico grego).
 
Conheço vários outr@s candidat@s excelentes, alguns muito próximos - mas, sinceramente, acho que não podemos correr o risco de deixar fora da câmara, desta vez, uma pessoa com a qualidade e também a experiência do professor Nabil Bonduki - n.º 13633.
 
 

01 outubro 2008

Fotos da maniFesta de Aniversário atrasadas

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Nossa!  Não sei o que aconteceu que as fotos da maniFesta de 07/09 não entraram no blog!  Tenho que verificar. Vai aqui rápido uma amostra - e depois tem mais!! 

  

  
fotos Ana Estrella Vargas http://picasaweb.google.com/aestrella13
 
 

A maior parte do pessoal da Trópis apóia algum dos seguintes candidatos nas eleições de 05/10

divulgar aquilo que apostamos ser o melhor para a coletividade é um ato de cidadania

câmara de vereadores

prefeitura

Mari Almeida
50999 • PSOL
www.marialmeida50999.can.br

Nabil Bonduki
13633 • PT
www.nabil.org.br

Soninha
23 • PPS
www.soninha23.can.br

Marta Suplicy
13 • PT
www.marta13.can.br