Acredite nos que buscam a verdade... Duvide dos que encontraram! (A.Gide)

11 dezembro 2016

A dialética entre COMUNIDADE e SINGULARIDADE em C.G. Jung


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A DIALÉTICA ENTRE COMUNIDADE E SINGULARIDADE
na expressão filosófico-poética de C.G. Jung*

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O ser humano é fraco, por isso é indispensável que haja Comunidade. Se não houver Comunhão sob o signo da Mãe, haverá sob o signo do Falo. Ausência de Comunhão é sofrimento e doença. Comunhão em tudo é dilacerar-se e dissolver-se.


A diversidade leva ao Ser Singular. Singularidade é o contrário de Comunidade. Por causa da fraqueza do ser humano em face dos deuses e demônios e de sua legislação invencível, é necessário Comunidade. Haja portanto tanta Comunhão quanto se faz necessário não em razão dos humanos e sim por causa dos deuses. Os deuses vos forçam à Comunidade. Na medida em que eles vos forçam, nessa medida a Comunidade é necessária, mais que isso é nocivo.


Na Comunidade, cada um se subordine aos outros para que a Comunhão se mantenha, pois tendes necessidade dela.

Na Singularidade, cada um se coloque acima dos outros, para que cada um alcance a si mesmo e seja evitada a escravidão.

Na Comunidade, que a regra seja conter-se; na Singularidade , que a regra seja esbanjar de si.


Comunhão é o profundo; Singularidade é o elevado.

A medida correta de Comunhão purifica e preserva.

A medida correta de Singularidade purifica e acrescenta.

A Comunhão nos dá o calor,

a Singularidade, a luz.
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* Carl Gustav JUNG, 1916. Fragmento das ‘Sete Lições aos Mortos’,  nº V.
Traduzido por Ralf Rickli em Vitória, ES, no centésimo ano do original.

O texto português não corresponde ao alemão palavra por palavra, mas registra o entendimento de cada frase que pareceu mais coerente e provável ao tradutor. Desse modo uma mesma palavra, ‘Gemeinschaft’, ‘reencarna-se’ em português quer como Comunidade, quer como Comunhão; e tanto Ser Singular quando Singularidade traduzem ‘Einzelsein’.
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12 novembro 2016

7 propostas de Trump censuradas pela mídia, e que explicam sua vitória - segundo Ignacio Ramonet

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Em artigo publicado dia 9 no portal desInformémonos, o jornalista e sociólogo Ignacio Ramonet elenca “7 propostas de Donald Trump que os grandes meios censuraram, e que explicam sua vitória” - não sem antes admitir que as declarações de Trump que a mídia colocou sob os holofotes constituem um “catálogo de asneiras horripilantes e detestáveis”.

Infelizmente Ramonet gasta mais da metade de seu texto para relembrar o que todo mundo já sabe - então eu (Ralf Ricklime permito traduzir aqui, e isso condensando e adaptando um tanto, só os 7 pontos referidos no título. Quem quiser pode consultar o texto original aqui.

1) Os jornalistas não perdoam, em primeiro lugar, que Trump ataque de frente o poder midiático. Reprovam que em seus comícios ele instigue o público a vaiar “a imprensa desonesta”. Trump afirmou com frequência: “Não estou competindo contra Hillary Clinton, estou competindo contra os meios de comunicação corruptos”. Também escreveu, em um tweet pouco antes da eleição: “Se a mídia corrupta e nojenta me cobrissem de forma honesta, sem injetar significados falsos nas minhas palavras, eu estaria ganhando da Hillary por uns 20%”. Assim, em seus atos de campanha Trump não hesitou em retirar as credenciais de veículos importantes como The Washington Post, Politico, Huffington Post y BuzzFeed, e chegou mesmo a atacar a Fox News, a grande rede da direita panfletária que lhe estava dando forte apoio.

2) Trump denuncia a globalização econômica, convicto de que ela acabou com a classe média. Diz que a economia globalizada está levando cada vez mais gente à falência, lembrando que nos últimos 15 anos mais de 60 mil fábricas tiveram que fechar as portas nos Estados Unidos, e desapareceram quase 5 milhões de empregos industriais bem pagos.

3) Trump é um protecionista ardoroso; propõe aumentar os impostos sobre todos os produtos importados. Apoiador do Brexit (o abandono da União Europeia pelo Reino Unido), declarou que tratará de retirar os EUA do NAFTA (Tratado de Livre Comércio da América do Norte), bem como do TPP (Acordo Transpacífico de Parceria), dizendo que este último seria um golpe mortal para a indústria manufatureira estadunidense. Esta mensagem pegou fundo em regiões como o “cinturão da ferrugem” do Noroeste, onde o fechamento e a mudança de fábricas deixaram altos índices de desemprego.

4) Também pegou fundo sua oposição aos enfoque neoliberais em matéria de seguridade social. Muitos eleitores com mais de 65 anos, ou que foram vítimas da crise de 2008, dependem da aposentadoria da Social Security e do seguro de saúde do Medicare, desenvolvido por Obama, que outros líderes republicanos desejam extinguir. Trump prometeu não tocar nesses avanços sociais, baixar o preço dos medicamentos, ajudar a resolver os problemas dos sem-teto, reformar a fiscalização dos pequenos contribuintes e suprimir um imposto federal que afeta 73 milhões de lares modestos.

5) Contra a arrogância de Wall Street, Trump propõe aumentar significativamente os impostos dos aplicadores em fundos Hedge que ganham fortunas, e apoia o restabelecimento da Lei Glass-Steagall. Aprovada em 1933, em plena Grande Depressão, essas lei separava os bancos tradicionais dos bancos de investimento, para evitar que os primeiros pudessem fazer investimentos de alto risco. Obviamente, todo o sistema financeiro se opõe de modo absoluto ao restabelecimento dessa medida.

6) Em política internacional, Trump quer estabelecer uma aliança com a Rússia para combater com eficácia o Estado Islâmico - ainda que para isso Washington tenha que reconhecer a anexação da Crimeia por Moscou.

7) Trump estima que, com sua enorme dívida soberana, os Estados Unidos já não dispõem dos recursos necessários para conduzir uma política externa intervencionista indiscriminada. Já não podem impor a paz a qualquer preço (sic). Em contradição com vários caciques do seu partido, e como consequência lógica do final da Guerra Fria, quer mudar a OTAN: “Não haverá nunca mais garantia de proteção automática dos Estados Unidos para os países da OTAN”.

Todas essas propostas não anulam as inaceitáveis, odiosas e às vezes nauseabundas declarações de Trump difundidas pelos grandes meios com bumbos e pratos - mas não deixam de explicar melhor o seu êxito.
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11 outubro 2016

"O dia em que Túlio descobriu a África" ganha nova edição (virtual)

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Meu livro O dia em que Túlio descobriu a África teve sua primeira redação em 1994 - antes das facilidades da internet - e sua primeira edição em 1997.

Em 2015 foi inteiro reescrito - melhorado em inúmeros aspectos - tendo em vista uma edição impressa de iniciativa de um órgão público de SP - mas por inúmeras razões essa edição acabou não saindo. Quê fazer?

Ora, hoje em dia uma edição virtual alcança muito mais gente que uma edição impressa! Decidi disponibilizá-lo na íntegra e de graça na internet - só que, aproveitando que o livro, consideravelmente volumoso, é dividido em cinco partes, optei por publicar em cinco "fascículos virtuais" (em PDF).

O esquema será o seguinte:

  • I. A DESCOBERTA - dia 11/10 - https://tr.im/Tulio1
  • II. NA CAUDA DO COMETA - dia 21/10 - https://tr.im/Tulio2
  • III. ATÉ A MAIS PROFUNDA RAIZ - dia 31/10
  • IV. DA IMPERATRIZ CANDACE AO IMPÉRIO DO RAS TAFARI - dia 10/11
  • V. UM RAIO DE SOL CRUZA O ATLÂNTICO - dia 20/11
    (Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra)

- Mas, afinal, qual é a desse livro?
- Ora, pra que explicar, se você mesmo pode verificar?  Olha o link aqui e espia lá: aposto que não vai se arrepender!
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17 julho 2016

QUAL É MESMO A VERDADEIRA SITUAÇÃO DA PETROBRÁS?

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Este texto foi publicado anteriormente pela AGERN - Associação dos Geólogos do Rio Grande do Norte - com os links quebrados. A presente versão teve seus links restaurados. A autoria é
possivelmente do geólogo Bruno Veronez, mas não conseguimos confirmar.
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Bom, eu tenho conversado com muita gente sobre a real situação da Petrobras hoje em dia. Todos os dias somos levados a crer que a empresa afundou, que houve um rombo da ordem de 35 bilhões de reais, de acordo com Miriam Leitão (a suposta sumidade da Macroeconomia).

É certo que é necessária a ação da Operação Lava-Jato na investigação dos esquemas de corrupção envolvendo políticos de praticamente todos os partidos políticos, empreiteiras e o alto escalão da administração da Petrobras.

Eu, como Geólogo, e depois de acompanhar muitas discussões acerca do tema, pesquisei e tive acesso às pesquisas de muitos de meus colegas, em especial aos membros do grupo de emails Geobahia, como Carlson Leite, Argemiro Garcia Filho, Josafá Santos, Telesforo Marques, dentre muitos outros profissionais da área, professores e alunos. Então vou reproduzir, com algumas edições um pouco da última discussão produtiva (muitas não são) sobre o assunto, conforme compilado por Marcelo Abbehusen:

Vamos começar com o balanço da Petrobras no exercício de 2015:

http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/divulgacao-de-resultados-do-exercicio-de-2015.htm

No balanço, são notáveis seguintes pontos:

1 - A dívida líquida da empresa reduziu em 5%.
Ué! Mas a empresa não tinha dado prejuízo? Como pode a dívida ter diminuído?
Vamos então ao ponto 2:

2 - Fluxo de caixa livre positivo em R$ 15,6 bilhões.
Como assim? E o prejuízo? Fica aonde?
O prejuízo de R$ 34,8 bilhões está relacionado ao impairment de ativos. Mas o que é isso? O link abaixo explica:

http://blog.sage.com.br/impairment-voce-sabe-o-que-e-isso-2/

Em resumo, o prejuízo causado pelo impairment dos ativos é fruto da desvalorização dos mesmos, que, no caso da Petrobras, está principalmente relacionado à queda no preço do barril do petróleo.

Se você também acha que isto é mentira, veja o gráfico do preço do crude oil nos últimos 5 anos. Nele, você notará que o preço caiu de aproximadamente 110-120$, em meados de junho de 2014, para valores abaixo de 30$, no início de 2015. Segue o link:

http://www.infomine.com/investment/metal-prices/crude-oil/5-year/

E as outras empresas de petróleo? Como estão? Será que só a Petrobras está sofrendo por conta deste momento tão conturbado que vive a indústria do petróleo? Será que a Globo e a Revista Veja estão certas, e só a Petrobras está em crise?

Para não restar dúvidas, vamos procurar algumas notícias sobre as grandes e maravilhosas empresas multinacionais de Petróleo.

http://www.nytimes.com/2016/02/03/business/energy-environment/oil-company-earnings.html?_r=0

http://www.ibtimes.co.uk/shells-annual-profit-plunges-80-amid-ongoing-slump-oil-prices-1541860

http://www.ibtimes.co.uk/bps-annual-profit-halves-slump-crude-prices-impairment-charges-take-their-toll-1541396

http://petroglobalnews.com/2016/02/repsol-flags-3-2-billion-fy2015-writedown/

http://fuelfix.com/blog/2015/10/26/billions-in-impairments-spending-cuts-expected-in-oil-earnings/

http://www.statoil.com/en/NewsAndMedia/News/2016/Pages/1Q-2016.aspx
 
Sugiro que você leia os artigos acima.

Neles, você verá que a ExxonMobil, Shell, BP e Chevron (o que restou das antigas "Sete Irmãs"), além de outras gigantes como Statoil, Repsol, etc, estão passando por momentos COMPLICADÍSSIMOS, sem exceção.

O lucro anual da Shell caiu 80% em relação à 2014. O da BP caiu 51%. O da ExxonMobil caiu 50%.

E assim por diante.

Enquanto isso, em 2015 vimos esta notícia:

http://www.brasil247.com/pt/247/economia/192051/Lucro-da-Petrobras-supera-Chevron-Exxon-e-BP.htm

E o preço da gasolina? Nossa gasolina é realmente tão cara assim?

Esse site publica diariamente o preço da gasolina em todo o mundo:

http://www.globalpetrolprices.com/gasoline_prices/

Nele, o Brasil figura aproximadamente no meio da lista com a média de 1,06 dólar/litro. Com o dólar a 3,53 (em 12/04/16) temos o preço médio no Brasil, 3,60 reais/litro. Mais barata que países como Áustria ($1,24) Espanha, Suiça, Alemanha, Bélgica, Irlanda, França, Reino Unido, Islândia, Suécia, Itália, Dinamarca, Portugal, Noruega e Hong Kong (a mais cara do mundo, custando $1,80).

A média mundial é 0.99 dólares/litro. Repare que apesar do preço atual, a gasolina brasileira sempre foi vendida ABAIXO da média mundial, ou seja: abaixo do valor de mercado. Por isso, a Petrobras teve prejuízo durante muitos anos, vendendo gasolina mais barata aqui dentro.

O governo controlou o preço dos combustíveis para segurar a inflação, uma vez que eles tem um peso muito importante no índice.

Alguns economistas estimam que o prejuízo DA PETROBRAS por conta destas práticas seja da ordem de R$ 100 bilhões.

Para aprender um pouco mais sobre o assunto:

https://infopetro.wordpress.com/2015/05/18/impactos-da-politica-de-precos-dos-combustiveis-sobre-a-petrobras/
 
Para aprender um pouco mais sobre a composição do preço da nossa gasolina, é bom ler isso:

http://www.petrobras.com.br/pt/produtos-e-servicos/composicao-de-precos/gasolina/

http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/entenda-dez-questoes-sobre-a-nossa-gasolina.htm

Por favor, compartilhem isso e vamos esclarecer essa situação de vez. É muito injusto ver um dos nossos maiores patrimônios ser destruído por essa mídia e não fazer nada.

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ESTE TEXTO FOI PUBLICADO ANTERIORMENTE NO FACEBOOK DA AGERN - Associação De Geólogos Do Rio Grande Do Norte, mas infelizmente com todos os links quebrados, impossíveis de seguir. A versão acima teve seus links restaurados. Também já vimos o texto ligado ao nome do geólogo Bruno Veronez, mas não consegumos confirmar se a autoria é dele mesmo. Seja como for, somos imensamente gratos ao autor, pois é um texto importantíssimo, para reproduzir ao máximo!
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