.
no aposento
precário
em que
provisoriamente nos refugiamos
do incêndio que assolou
nosso mundo,
aos poucos nos
chegam falas
lançadas de um
alaúde
no espaço, há quinhentos anos,
no espaço, há quinhentos anos,
nos tomam nos
braços e embalam
- e de repente o
quarto é uma nave
que atravessa indiferente a tempestade
que atravessa indiferente a tempestade
e no embalo
nossas peles se encontram
e pedem socorro
uma à outra,
negociam
centímetro a centímetro
o
apoio que damos ao outro
com força sempre
crescente...
até que somos a nave
e a música, e a
própria tempestade,
e, quando vemos,
está cantando em nós
a Vida,
a Vida,
assegurando
que já estava
aqui antes de tudo
e que haja o que
houver
continuará.
avante, avante, marinheiros,
não há força
que possa nos parar!
que possa nos parar!
.
======================================
Acabo de redescobrir que numa madrugada de
novembro de 2016 deixei escrito o seguinte poema, do que não me lembrei nem
mesmo na manhã seguinte! "Feliz como una lombriz" com a redescoberta!
(Ralf Rickli)
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
NÃO COMENTE.
Este blog só permanece no ar para fins históricos.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.