Críticos elogiam Lula e falam em "decepção" sobre Obama
18 de dezembro de 2009 13h09 atualizado às 15h25
- Lúcia Müzell
Um discursou logo após o outro no plenário da Conferência do Clima de Copenhague, na Dinamarca, mas os resultados das falas dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama foram diametralmente opostos nos corredores do Bella Center, onde acontece o evento. Enquanto Lula entusiasmou os poucos otimistas que ainda restam no centro de conferências, Obama foi alvo de críticas e decepcionou os que esperavam que ele pudesse mudar o rumo das negociações na reta final.
As diferenças já puderam ser vistas durante os pronunciamentos: Lula teve quatro vezes o discurso interrompido por aplausos, enquanto Obama nenhuma vez - apesar de as palavras do americano serem as mais aguardado de todo o evento. Ao final dos discursos, mais uma vez as palmas enfáticas para o brasileiro se distanciaram dos aplausos meramente protocolares dispensados ao americano.
"O Lula mandou muito bem e abriu a porta para quem sabe as negociações tomarem outro rumo", disse Paulo Adário, um dos coordenadores do Greenpeace Brasil. Adário elogiou a postura de vanguarda que o Brasil assumiu, ao oferecer contribuição financeira para o Fundo Global de Mudanças Climáticas para os países pobres. "A gente sabe que o Brasil não é mais nenhum Haiti e vínhamos cobrando isso há anos do presidente. Ele fez o que a gente esperava dele."
O coordenador da ONG Vitae Civilis, Rubens Harry Born, destacou que a fala improvisada de Lula fez toda a diferença. "Ele foi ele mesmo, falou com o coração e passou uma mensagem muito legal de comprometimento. Acho que essa postura pode ter efeitos nas negociações", afirmou Born.
O francês Fabrice Bourger, membro da delegação do seu país, achou que o país deu um exemplo "sem precedentes" e que o discurso de Lula o aproxima ainda mais dos europeus. "Foi constrangedor para os outros países. Mas, sinceramente, nós não esperávamos outra coisa de Lula", afirmou Bourger. "Ele se destaca de todos os outros líderes com essa posição aberta ao diálogo, sem perder a firmeza e a determinação."
Obama: "mico da história"
Já as palavras em relação a Obama foram bem diferentes. "Arrogante", "estúpido", "burocrático" e autor de um "mico histórico" são apenas algumas das definições empregadas nos corredores da COP-15.
"Uma parte, foi de palavras da boca para a fora (como a frase de que "não se pode mais perder tempo" para salvar planeta). E a outra, um verdadeiro absurdo. Foi um mico histórico", disse Born. Para o coordenador da Vitae Civilis, Obama só reforçou o discurso intransigente que os Estados Unidos vinham defendendo na Cúpula do Clima e não trouxe nenhuma novidade. E ainda usou como desculpa para a falta de ação um argumento que todos os países democráticos poderiam utilizar, se quisessem: o de que não pode fazer nada sem a aprovação prévia do Congresso de seu país.
Adário, do Greenpeace, foi ainda mais duro. "A postura do Obama naquele púlpito foi socialmente arrogante e politicamente estúpida. Não está nem perto de assumir a posição de liderança que as pessoas esperavam dele", afirmou, destacando que as três condições impostas pelo americano para que assine um acordo - transparência, verificação das ações e metas de redução baixas - devem manter as negociações travadas.
Também a ausência de especificações sobre quanto os Estados Unidos estarão dispostos a contribuir para fundo internacional de financiamento decepcionaram. Obama garantiu apenas que o país vai entrar com recursos, mas não detalhou nem quanto, nem quando. Bourger, negociador francês, preferiu não se estender nos comentários, mas não escondeu a decepção. "Acho que os esforços da Europa não foram suficientes para mudar nem um milímetro da posição americana."
Também o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou o presidente americano e disse que o seu discurso "foi uma desgraça". "O Obama foi muito frustrante. Parecia até que o Lula tinha mais responsabilidades do que ele no plano climático mundial, de tanto que o Obama falou mal¿.
COP-15
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 7 a 18 de dezembro, que abrange 192 países, vai se reunir em Copenhague, na Dinamarca, para a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima, a COP-15. O objetivo é traçar um acordo global para definir o que será feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa após 2012, quando termina o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto.
Estoy de acuerdo contigo a respecto de Lula y de la gran decepción de Obama(su discurso en en Oslo en defensa de la guerra me ha decepcionado mucho... He llegado a leerlo en inglés para ver si no era manipulación de los medios de comucicación).
ResponderExcluirY el discurso de Lula es magnífico... Con razón lo han ido a buscar para que haga de mediación entre los países. Ya un profesor mío comentó que Brasil (Lula) es el país más diplomático del mundo... eso explica por que los más "ricos y emergentes" van en su busca ;)
¡Muchísimas gracias por tu comentario, Titi! Sabes, a veces me parece que Obama está como refém (hostage) de otros poderes dentro de la Casa Blanca, pues es chocante el contraste de como él parec y habla ahora, y como parecía y hablava antes de la elección y en los primeros tiempos despues de ella. No sé si veíste los documentarios Zeitgeist y Zeitgeist Addendum. Puras teorias de la conspiración... pero bastante convincentes! Me parece muy, muy sugestivo de que Obama no es quien está mandando y no puede decir lo que le gustaría, quizás hasta por riesgo suyo o de su familia...
ResponderExcluir¿ Y como vá tu curso? ¡Espero que bien! Como puedes imaginar, estoy contentísimo que Ana estrella ha concluido el suyo... Dentro de algun tiempo hacemos una fiesta todos juntos por esas formaturas, incluso la tuya! :-D
Abrazo fuerte!
Hola.
ResponderExcluirTe escribo en español porque ahora es el idioma en que me expreso mejor. Además, tengo muchos errores ortográficos en portugués.
Sobre Obama, me sorprende que en las campañas electorales le dió al mundo la sensación de que estaba en contra de la guerra en la cual Bush había empezado. Aquí los medios lo han criticado mucho porque recibiendo el Nobel de la Paz, defiende la "necesidad" de la lucha armada para defender su país. Quizás sea uno de esos políticos que antes es una cosa y cuando consigue el poder, es otro. O realmente él no es quién manda.
Los estaudinenses son un poco especiales. Pues en el caso de la chica americana que fue sentenciada a 26 años de cárcel en Perugia(Italia), los medios de estados unidos se indignaron y decían que era injusto pues no se encontró pruebas de ADN de la chica, y que su sentencia es causa del antamericanismo europeo. Pero el otro día leí un artículo muy interesante, que decía que si la chica hubiese sido sentenciada en EUA, ya estaría en el corredor de la muerte, pues muchos han sido matados inocentemente. Sobre el antiamericanismo, también su novio, que es italianísimo, fue sentenciado a 25 años, lo que convertirían a los italianos también en anti italianos...
No he visto el documental, pero quiero verlo. ¿Es alemán no?
Mi carrera de Derecho va bien, me gusta. es difícil, pero espero poder terminarla algún día. Lástima que no pueda estar en la fiesta de graduación de Ana. También me alegro yo por ella. :)
Un abrazo y feliz ano novo!!