PUBLICADO ORIGINALMENTE NO JORNAL ES HOJE, em 14.06.2013
Nesta coluna não quero falar só com os de casa (LGBTs), mas também com H (héteros), intersexuais, assexuais e o que mais houver. Por isso, às vezes contarei histórias (como fiz em maio), às vezes serei um tanto explicativo - pois tudo o que espero é ver a gente se entender! E começo com uma questão: Maria viveu como João até os 18, aí assumiu sua diversidade, e depois casou com Renato: que tipo de diversidade temos aqui?
Diversidade! Tem quem pense que isso é invenção dos LGBT como desculpa para sem-vergonhice... Mas em 1845 um milhão de irlandeses morreram de fome por falta de diversidade (outro milhão só não morreu porque emigrou). Os dominadores mantinham o povo só com batata, e de uma variedade só. Deu uma praga... já viu. Isso não aconteceria no Peru, com 3 mil variedades de batata: dá doença em uma, outras resistem. Diversidade é invenção da Vida! Para a Vida, uniformidade é beira da morte, diversidade é saúde - inclusive no sexo.
As próprias diversidades sexuais são diversas: T se refere à identidade de gênero (que veremos adiante). L, G, B e H, à orientação do desejo. Dando nome aos bois: todo corpo humano tem desejo de ter contato intenso com outro corpo, incluindo os órgãos genitais. Não é só para reprodução: as faltas de contato físico e de gozo levam a neurose e a incontáveis problemas de saúde em todo o corpo. Gozo solitário não é errado - também tem suas funções - mas há efeitos de saúde que só o compartilhado alcança. Não se é humano sem interagir!
Homossexual é quem sente atração e prazer exclusivamente com corpos de genitália igual à sua, o que abrange as mulheres Lésbicas e os homens Gays. Heterossexual é quem sente atração e prazer exclusivamente por corpos com genitália diferente da sua. Nos dois casos o “exclusivamente” pode ter uma ou outra exceção, mas sempre vivida como uma escapada, uma extravagância que não cria raízes. Ficou em dúvida? O comprovante da orientação é o que predomina nos sonhos, ou nas fantasias e imagens que se insinuam na mente quando se está pensando em outra coisa. E aí tem gente que de fato sente desejo e prazer com os dois tipos de corpos, em medida igual ou com pouca diferença: é a Bissexualidade, que poucos assumem, mas é provavelmente mais comum que Heterossexualidade pura. (Vejam o Sr. Bolsonaro: não vive dizendo que “vai sentar a vara” em gays? Hétero puro nem pensa nisso!)
E Maria? Nasceu com genitália masculina mas, desde quando tem lembrança de si, só sentiu: “eu sou mulher”. Maria está enganada? Olhem seu corpo adormecido: a vida básica está ali; órgãos genitais que sugerem um homem estão ali. Mas a pessoa está ali? O corpo adormecido diz “Eu”? Quem diz Eu é a consciência desperta. E se essa consciência afirma que se sente mulher, quê outro Eu tem direito de afirmar que não é possível? Cada um só conhece o sentir que está dentro de si! Ao desejar Renato, Maria não se sente um homem homossexual e sim uma mulher heterossexual. Não é Gay: é Transexual.
Mas isto tudo é só base: em julho esquenta mais!
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