neste domingo 7 de setembro
convívio comidinhas foto-história da Trópis (projeções)
16:30 a proposta e experiência da Trópis
na caminhada revolucionária da re-humanização
bate-papo aberto com os fundadores do movimento
lançamento do Manifesto do Pluralismo Radical (ver adiante)
e do livro Liberdade socialmente sustentável -
uma introdução à Filosofia do Convívio (Ralf Rickli, 68 pp.)
... 1.º da nova série Filosofia de Cordel ...
re-lançamento do Manifesto do Reencantamento do Mundo (2001)
e do livro Pedagogia do Convívio: na invenção de um viver humano (2006)
18:30 mais convívio comidinhas foto-história
19 h show da banda Os mamelucO
Huguêra e Gunnar Vargas violão e voz; Peu Pereira gaita;
Jessica Silva flauta; Cláudio Oliveira baixo; Vinícius Mazza percussão
seguido de possível 'sessão de canjas'
( músicos amigos! que tal virem preparados pra participar? )
BIBLIOTECA TRÓPIS Rua Manoel Bragança 114 Vila das Belezas / Jd. Monte Azul 05841-170 São Paulo SP
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atrás do Colégio Renato Braga
Manifesto do Pluralismo Radical
Piratininga, 07.09.2008 Ralf Rickli escreveu
Quem espera que união e entendimento mútuo tragam a felicidade ao mundo,
esse pode desesperar sentado.
Mas a felicidade está sim ao nosso alcance: através do respeito mútuo incondicional,
independente de entendimento e de união.
Só a multiplicidade nos une,
e é só por sermos todos diferentes que somos todos iguais.
As Ciências da Vida já nos mostraram
que a principal condição para a saúde dos sistemas vivos
é o convívio entre diferentes sem a eliminação de suas diferenças,
e a Física vem mostrando que essa é a condição primeira para a própria existência:
monocultura é desastre ecológico, indiferenciação entre células é câncer,
a supressão das diferenças entre partículas e forças
levaria apenas à impotência do Nada.
Por que seria de outro modo justamente na humanidade, constituída pelos seres
com maior potencial de inovação e diferenciação no universo conhecido?
As variações possíveis no jeito de ser boi são bem poucas. Ser humano é, justamente,
ter o potencial de ser imprevisível no seu jeito-de-ser, esteja-se fazendo uso disso ou não.
Cada um poder pensar e fazer as coisas do seu jeito se e quando quiser.
Cada um construir seu caminho decidindo individualmente cada passo que vai dar
inclusive quando escolhe dar o passo junto com outros e construir um caminho coletivo.
Coletividade: só um coletivo de indivíduos autônomos faz jus ao potencial do ser humano!
Cultura homogênea é desastre em qualquer campo!
Biodiversidade - noodiversidade - ideodiversidade - pluralidade irrestrita:
eis a marca das situações biológicas, sociais, culturais e políticas saudáveis!
Só a multiplicidade nos une!
Só por sermos todos diferentes é que somos todos iguais!
Atenção: qualquer ser humano que se encontre, por forças humanas externas a si,
impedido de escolher seu rumo e de dar seus passos no rumo que escolheu,
encontra-se em estado de opressão.
Ter que ser de um jeito que não se é
para conseguir respeito isso é sofrer opressão.
Ser excluído a contragosto, seja lá do que for,
é estar sendo oprimido.
Ser incluído a contragosto, seja lá no que for,
também é estar sendo oprimido.
Ter que entregar a bolsa ou a vida a contragosto
é sofrer opressão.
Ter que entregar sua força de trabalho sob condições insatisfatórias
para não entregar os seus à penúria também é sofrer opressão.
Não poder decidir ou nem participar das decisões
quanto à destinação dos valores que se criou com seu trabalho
isso é sofrer a mãe das opressões.
Oprimir é expropriar de outro ser humano sua própria condição de humano:
o poder de decidir por si.
Oprimir é sempre tentativa de desumanizar.
Fazer o outro de animal ou de coisa
para poder atuar sobre ele com a superioridade de um deus
quando na verdade um e outro têm a mesma natureza:
a natureza do escolhedor.
Por sua natureza, todo ser humano é capaz
de escolher fazer qualquer coisa, inclusive oprimir.
Acontece, porém, que o ato de oprimir deflagra inevitavelmente
uma reação-em-cadeia de infelicidades em todas as direções
desgraças que assumem depressa mil faces tão diferentes
que logo ninguém mais percebe de onde vêm.
Fora uma pequena parcela
decorrente de causas puramente naturais ou acidentais,
a infelicidade humana decorre toda de atos de opressão perpetrados
por seres humanos, e portanto evitáveis já no nascedouro
pois seres humanos podem escolher não oprimir.
Que a capacidade de oprimir é parte da liberdade humana, isso não há como negar
mas só haverá chance de felicidade em nosso horizonte quando a humanidade decidir
que respeitará todas as liberdades de todos os seus membros
exceto a liberdade de oprimir.
Quando a humanidade combinar que vale tudo, menos oprimir
em qualquer das formas já mencionadas ou em qualquer outra imaginável.
Combinar que nada pode ser imposto...
a não ser isso mesmo: que não seja imposto nada além de que nada seja imposto.
Que não seja imposto por ninguém a ninguém
nada além de que não seja imposto nada
por ninguém a ninguém:
eis o anel virtuoso capaz de garantir
a dignidade e a liberdade de todo ser humano (que são uma coisa só).
Respeito. Respeito de todos por todos.
O mais radical e absoluto respeito pela pluralidade e diversidade
das vontades e jeitos-de-ser humanos:
sem isso não há chance nenhuma de que a infelicidade humana diminua,
ou de que a felicidade cresça.
Outras condições também podem ajudar mas a única sine qua non é esta.
Todas as leis e demais instituições da humanidade podem
e devem ser repensadas a partir desse núcleo gerador único,
e substituídas por leis e instituições derivadas dele.
Todo o direito, toda a política, todas as relações humanas,
quer dois a dois, quer bilhões a bilhões.
Essa é a mais completa e definitiva das revoluções possíveis para a humanidade
fato que depende tanto das nossas opiniões quanto o de 3x4 ser o mesmo que 4x3.
Quer dizer: não se trata de ideologia, mas está implícito
na própria lógica fundamental da existência.
Mas não precisamos temer nos sentirmos oprimidos por essa única imposição:
sendo precisamente a supressão da opressão,
representará o estado de maior liberdade possível à humanidade de modo duradouro:
CONVÍVIO o estado em que os diferentes vivem lado a lado e em paz
sem jamais tentarem suprimir as diferenças um do outro.
Só a multiplicidade nos une,
e só por sermos todos diferentes é que somos todos iguais.
Revolução da idéia de Revolução até o seu limite,
caminho mais curto para a maior felicidade possível para todos
eis o PLURALISMO RADICAL. É só pegar e usar.
Liberdade de oprimir
ResponderExcluirEstava pensando, acho que se negarmos a liberdade de oprimir estamos oprimindo em nome de algo que "para nós" é certo, mas que fere a liberdade do outro.
Não importa se o que estamos oprimindo seja e opressão.
Não é radicalmente livre agir assim.
Porém, se TODOS não se deixarem oprimir em NENHUMA situação, os opressores não terão o que fazer.
Acho que essa é a coisa. Não a sujeito sem objeto. Não há opressor sem oprimido.
Nós é que temos de nos vender à opressão.
Pensei alto.
Até.