Acredite nos que buscam a verdade... Duvide dos que encontraram! (A.Gide)

17 outubro 2008

Trópis: re-agendando 19/10 a 02/11 + sobre o espírito da nossa atuação

 Trópis • EPA?  OPA?  TROPA?


Querid@s - quero aproveitar o aviso da mudança do programa de 26/10 para 02/11
para tocar num assunto que conversas recentes vêm mostrando que é necessário:

Cedo ou tarde a gente percebe que todo método, seja do que for, é político – no sentido profundo dessa palavra.

Inevitavelmente. Saiba-se ou não, queira-se ou não, qualquer método, de qualquer coisa, é uma postura política em ação.

E o que as conversas vêm mostrando é que parece conveniente, para todos os envolvidos, que a gente tente explicitar, na medida do possível, qual é a atitude política intrínseca nos métodos de trabalho da Trópis, seja nas rodas de conversa, 'conviviaulas', no que for.

Mas não pensem que isso se resolve facilmente com rótulos – pois um pensamento que faça jus à complexidade do real não se deixa jamais enquadrar em dicotomias. Dicotomias (p.ex.: 'tudo é ou direita ou esquerda') são sempre falseadoras, traições à referida complexidade do real.

Na medida em que nosso trabalho consiste na afirmação da dignidade intrínseca de todo ser humano, só podemos ser esquerda – pois o que caracteriza a direita é precisamente acreditar que alguns devem ser considerados mais dignos que outros.

Só que tem um pouco mais: no nosso ver, ser esquerda mesmo é não se sentir em obrigação de satisfazer nenhum critério heterônomo (= definido por outros sem a participação do sujeito) do que seja esquerda. Pois nisso vemos já um começo de negação da natureza da esquerda tentando se desenvolver dentro dela disfarçado de defesa – mas com efeito na real destrutivo sobre seu potencial de transformação da realidade universal da opressão.

Se a vida da Trópis não é fácil, talvez a maior razão seja esta: enquanto formos o que somos, não temos como deixar de desagradar, mais cedo ou mais tarde, qualquer pessoa que acredite que alguma resposta possa, alguma vez, permanecer integralmente válida por mais que alguns dias.

Temos imensamente a aprender do elaborado no passado - sempre - mas estamos convencidos de que ele não basta - nunca.

Elaborados no passado foram as concepções de Platão, da Bíblia, d@ Yoga, de Rudolf Steiner, de Gandhi, de Marx – e do que nós mesmos pensamos e divulgamos ontem!

"Mas as idéias de Marx ainda nem foram realizadas!", você pode dizer. Verdade. Nem as de Jesus. Nem as de Buda, de Moisés, de Steiner, de ninguém. Não foram nem nunca serão! Mas continuam sendo todas, sem exceção, fontes inesgotáveis de contribuições para a construção do presente e do futuro – e nunca deixarão de ser.

Desde que entendidas - sempre - como partes constituintes (e portanto subordinadas) da correnteza maior de tudo o que já se pensou e elaborou até hoje: um todo cuja unidade total irá sempre escapar à nossa compreensão - sempre - mas que ainda assim é naturalmente salutífero (gera vida sã) enquanto respeitamos essa sua inteireza/integridade/totalidade. Mas passa a gerar doença e/ou morte sempre que quisermos fazer com que alguma das partes exclua ou sufoque outras.

Um pouco mais em termos de prática (práxis...) filosófica & pedagógica: se não sou capaz de explicar uma coisa com palavras totalmente diferentes das que usaram para me ensinar essa coisa – então isso está apenas armazenado em mim, mas ainda não entendi.

E o único ato efetivamente libertário neste mundo é entender. Sem esse como base, nenhum outro ato jamais o será.

Por isso cada pequeno fragmento de entendimento que cada um de nós conquista autonomamente tem mais valor – para nós e para o todo da humanidade – que obras inteiras, ainda que corretíssimas, que eu tente aplicar na qualidade de seguidor – isto é, sem que cada passo, cada afirmação, tenha sido posta em questão e - se for o caso - reconquistada/recriada em minha própria luta cognitiva.

E, do mesmo modo, cada passo que dou como mero seguidor termina sendo prejudicial à conquista pela humanidade de uma condição de existência digna e feliz – não importa o quanto estejam corretas as idéias que eu siga, nem o quanto seja sincera a minha intenção. Pois a humanidade toda é um pouco degradada a cada ato nosso de mero seguir em lugar de fazermos uso de todo o nosso potencial de autonomia.

Pensando nisso tudo, hoje até me deu vontade - mais uma de tantas vezes! - de mudar o nome da Trópis, ou pelo menos das atividades que temos realizado, que já foram OCAs, Usinas, Domingos-Fera e sei lá o que mais. Mudar talvez para EPA! ‑ Escola de Pensamento Autônomo – mas "escola" é com certeza muito pretencioso... Quem sabe EEPA: Espaço de Exercício do Pensamento Autônomo, ou OPA! ‑ Oficina de Pensamento Autônomo.

Ou quem sabe - pra ficar no campo sonoro do nosso velho nome - TROPA. O que pode ser alguma coisa como Tremenda ROda de Pensamento Autônomo, onde o T poderia ainda assumir sentidos variados como Temível, Transcendente, Tresloucada, Túrgida, Terna, o que mais?  – Ufa, acho que agora é com vocês!...

Na tresloucada mas jamais desistente esperança de ter sido entendido...  :-D , de coração,

Zé Ralf


domingo 19 de Outubro

16 h       na Galeria Olido - Centro
Encontro de Compositores - lançamento do CD

          Show com Shil e a banda No Fronte, Cláudio Lopes, Serginho Poeta, Júnior Santos, Buneka, Sandro Lima e Dêssa Souza, Huguêra e Gunnar Vargas com a banda Os mamelucO

               Vitrine da Dança da GALERIA OLIDO • Av. São João 473 • entrada franca

19 h       na Biblioteca Trópis
              
Como poderia ser uma vida política que realmente nos servisse?

               Já pensando nas eleições de 2010 e 2012 - e não apenas em eleições, mas principalmente na vida cotidiana de todos nós, que o tempo todo contém dimensões políticas que geralmente nem percebemos...

               Roda de intercâmbio de idéias aberta à participação de todos. convidada especial: a economista Mari Almeida, que conquistou 3 mil votos para vereadora com o lema "queremos outra vida - precisamos de outra política"

               Algumas observações de método:
• A experiência mostra que se chega mais longe no pensar coletivo quando se coloca boa quantidade de idéias diferentes lado a lado e se deixa que "reajam por si", do que quando cada um tenta responder frontalmente aos argumentos do outro a maior parte do tempo;
• Assumimos por definição que nenhuma pergunta já está suficientemente respondida, jamais, em nenhuma fonte, por genial que seja;
• Como espaço de exercício do pensamento autônomo, damos preferência idéias que você tenha desenvolvido com a sua própria cabeça; idéias formuladas por outros (autores, movimentos, programas de partido etc.) podem aparecer como contribuições pontuais apoiadas em argumentos específicos a elas mesmas, sem depender do conhecimento ou aceitação do resto do sistema.


domingo 26 de Outubro

            eleição + encerramento da Mostra de Dança Monte Azul = Biblioteca Trópis em recesso
              
tema amor & sexo em todas as cores transferido para o domingo 02 de novembro


sábado 01 de Novembro

               'encontro de todos os santos' a confirmar - aguarde novas informações!


domingo 02 de Novembro

               tema amor & sexo em todas as cores (transferido do último domingo de outubro)

16:30     filme The Bubble ('A Bolha') • Israel 2006
áudio original em hebraico, legendas em português

               No alegre bairro boêmio-intelectual de Tel Aviv ('a bolha'), vários preconceitos são confrontados de uma vez pelo amor entre um jovem judeu e um palestino. O diretor israelense Eytan Fox faz a um só tempo uma severa denúncia do papel opressor que seu próprio país vem exercendo e ao mesmo tempo uma emocionada celebração da unidade da humanidade apesar de todas as diferenças – como só o amor (em qualquer uma de suas formas) é capaz de revelar.

19 h       roda de conversa  aberta à participação de todos


B I B L I O T E C A   T R Ó P I S
Aberta no horário dos eventos ou com hora marcada pelo e-mail tropis@tropis.org ou celular 11 8552-4506

atrás do Colégio Renato BragaÔnibus do Term. João Dias (metrô Giovanni Gronchi l.lilás): Jardim Capelinha


 Pluralismo Radical: a revolução da revolução • www.tropis.org

 

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