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Escola expulsa aluno que vandalizou prédio para discutir arte Durante apresentação de trabalho de formatura, estudante e mais 40 pessoas picharam prédio da faculdade Belas Artes
Faculdade diz que está interessada em discutir os limites da liberdade de expressão; abaixo-assinado tenta reverter decisão
LAURA CAPRIGLIONE DA REPORTAGEM LOCAL
O estudante Rafael Guedes Augustaitiz bem que tentou um diploma superior. Durante quatro anos, ele cursou como bolsista o Centro Universitário Belas Artes, na Vila Mariana. Vencidos todos os créditos, bastava apresentar um TCC (trabalho de conclusão de curso) para conquistar o título de "bacharel em artes visuais". Mas, ontem, ele recebeu o aviso do reitor Paulo Antonio Gomes Cardim: foi expulso da escola. Motivo alegado: "Prática de atos de vandalismo, lesivos à propriedade particular e (...) incongruentes com o espírito universitário; agressão ou ofensa a funcionários; ato sujeito a ação penal". A escola não levou na esportiva o que aconteceu em 11 de junho, quando Augustaitiz apresentou o que considerou seu TCC. Nas palavras dele, tratava-se de "ação performática e de protesto para discutir os limites e o conceito da arte". Na prática, o que se viu foram 40 jovens armados com sprays, chegando todos juntos a pé, muitos deles mascarados, por volta da 21h, e sacando, de repente, as latas que escondiam sob as roupas. Cobriram a fachada, recepção, escadas e salas de aula com as letras pontudas de difícil decifração que caracterizam a pichação paulista. Seguranças e pichadores trocaram socos e pontapés por dez minutos, até que chegou a PM e levou sete jovens presos -Augustaitiz, entre eles. No dia seguinte, a escola já limpara os rastros deixados pelos pichadores. "O impulso e a cegueira fizeram com que apagassem a minha obra. Quem vai me indenizar?", pergunta o estudante, a sério. "Considero criminosa a ação do aluno. Não considero esta ação como arte. Não considero a possibilidade de aceitar essa manifestação como trabalho de conclusão de curso", tachou Helena Freddi, professora de Augustaitiz, em carta endereçada ao reitor, dias depois. A faculdade -que outorgou em abril o título de professor honoris causa ao prefeito Gilberto Kassab, pela implementação do Cidade Limpa- montou uma comissão de inquérito para decidir o que fazer. Presidida pelo advogado Carlos Alberto Rufino, dela participaram a chefe da biblioteca, Leila Rabello, e Marco Antonio Frascino, professor de legislação e ética em publicidade. Foi nessa comissão que se formou a convicção pró-desligamento. Segundo o supervisor acadêmico Alexandre Estolano, a faculdade está, sim, interessada em discutir "limite e transgressão". "Mas não desse jeito. Vamos patrocinar um seminário sobre o tema, em agosto." "Limite e transgressão, até onde vai a arte e a liberdade de expressão", segundo o texto de divulgação, serão debatidos por "jornalistas, artistas consagrados, colecionadores de arte, galeristas, curadores de museus". E por nenhum pichador. Ontem, começou a circular um abaixo-assinado em solidariedade ao expulso, pedindo que a escola dê a ele a chance de se defender: ""Pixação" pode ser crime (?), mas também é arte, e a faculdade perdeu a chance de surfar na vanguarda da mais moderna e atual de todas elas. Sempre foi assim. O Moma (Museu de Arte Moderna de Nova York) torceu o nariz para os trabalhos de Andy Warhol e Basquiat foi ridicularizado pelos mesmos acadêmicos que hoje o idolatram. A arte de verdade incomoda e às vezes demora a ser entendida". Entre os signatários, estão os grafiteiros Otavio e Gustavo Pandolfo, Osgemeos, cujo trabalho está até agosto em exposição na Tate Modern, em Londres. No dia 3 de julho, um mural gigante da dupla, na Bela Vista, foi coberto com tinta cinza por uma empresa a serviço da prefeitura. |
Detalhe: Jac Leirner pedia autorização pra roubar os cinzeiros dos aviões...
ResponderExcluirQue pena que vc não assinou, caro(a) Anônimo(a)... seria interessante prosseguir na discussão de modo mais pessoal. Se é verdade que a Jac Leirner PEDIA AUTORIZAÇÃO PARA SE APOSSAR dos cinzeiros de aviões, então não cabe em absoluto o verbo "roubar"... ela ganhava lembrancinhas... E apresentar seu trabalho como "Corpo de Delito" foi então um blefe, uma fraude...
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